Por baixo das cruzes em chamas pelas quais é lembrado, esconde- se um dos álbuns pop mais espetaculares desde Revolver. Com vendas correspondentes à sua fama, Madonna poderia ter gravado apenas uma continuação de “True Blue”. Em vez disso, ela e o produtor Pat Leonard conceberam uma obra de arte que mereceu até os aplausos de Peter Gabriel por suas belas melodias.
Deixando o mercado da música dance entregue a Paula Abdul e Janet Jackson, Madonna restringiu a colaboração de Stephen “Into The Groove” Bray a duas faixas. Entre as faixas retiradas estava “Supernatural”, que acabou fazendo parte do disco beneficente Red Hot And Dance. Essa música foi substituída por tributos a Simon And Garfunkel (“Oh Father”) e Sly And The Family Stone (“Keep It Together”), além de remissões triunfantes ao soul dos anos 60, com “Express Yourself” e “Cherish”.
A influência de Prince mostrou ser vantajosa não só no dueto “Love Song” (o único produto de um comentado musical que seria produzido por ambos), mas também na guitarra de “Act Of Contrition”, o psicodelismo de “Dear Jessie” e a mistura prevalente de sexo e Deus (um coquetel muito forte para a Pepsi que se recusou a levar adiante uma campanha publicitária combinada).
Analisando as letras, o álbum substituiu a avareza por humanidade. “Express Yourself” é uma chamada às armas com mais conteúdo do que “Material Girl’: enquanto ela traça um retrato familiar em “Promise To Try” (assunto: a falecida Mrs. Ciccone), “Dear Jessie” (a filha de Pat Leonard) e ”Keep ltTogether” (casa é onde nosso coração mora). Ainda mais surpreendente, contudo, é “Till Death Do Us Part’: que documenta sua alegada noite de terror” nas mãos de Sean Penn. A maturidade nunca soou tão divertida.
Selo | Sire
Produção | Pat Leonard e Madonna
Projeto gráfico | Margo Chase Jeri Heiden
Nacionalidade | EUA
Duração | 50:57

Postado Por Murilo Boarini
Designer e Tecnólogo em Produção por formação, entusiasta das midias sociais, palmeirense, amante de cinema e boa música.
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