Principal prêmio do cinema independente, Spirit Awards consagra favoritos ao Oscar

Foi praticamente um ensaio para o Oscar. A 30ª edição do Spirit Awards, considerado o Oscar do cinema independente, premiou neste sábado (21) os principais favoritos da cerimônia da Academia, que acontece no domingo, em Hollywood.

"Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" e "Boyhood" dividiram os troféus principais. O primeiro ficou com melhor filme do ano e o segundo, com melhor direção para Richard Linklater.

Nas categorias de atuação, menos surpresas ainda. Julianne Moore ("Para Sempre Alice") e Patricia Arquette ("Boyhood") ganharam melhor atriz e coadjuvante, enquanto Michael Keaton ("Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)") e J.K. Simmons ("Whiplash") ficaram com melhor ator e coadjuvante. Os quatro são franco favoritos ao Oscar.

drama "Selma - Uma Luta pela Igualdade", que disputava cinco Spirit Awards, acabou de mãos vazias, como deve acontecer também no Oscar. A produção foi esnobada em várias categorias e concorre apenas para melhor filme e música.

Em 2014, "12 Anos de Escravidão" foi o vencedor do prêmio principal do Spirit Awards, repetindo o feito no Oscar. O mesmo aconteceu com "O Artista", em 2012.


BRASIL SEM PRÊMIOS 

Nas duas categorias de estreia, melhor roteiro ficou para "Dear White People" e melhor filme com "O Abutre". O suspense estrelado por Jake Gyllenhaal no papel de um jornalista novato ficou também com troféu de roteiro, desbancando o carioca Mauricio Zacharias, que concorria com "O Amor é Estranho".

O documentário "O Sal da Terra", sobre as aventuras pelo mundo do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, perdeu para "CitizenFour", de Laura Poitras. Os dois trabalhos disputam o Oscar amanhã.

"CitizenFour", sem estreia prevista no Brasil, registra os encontros secretos da diretora com Edward Snowden, ex-funcionário da NSA (agência de segurança nacional dos EUA) que revelou o tamanho sem precedentes do programa de espionagem americana.

O troféu de melhor filme internacional foi para o drama em preto e branco "Ida", da Polônia, sobre uma jovem prestes a virar freira que descobre ser de uma família de judeus. "Obrigado aos meus rivais por perderem", brincou o diretor Pawel Pawlikowski, que também disputa a estatueta dourada.

"O filme fala de história, Holocausto, Segunda Guerra, crimes do Stalinismo, mas é principalmente sobre temas atemporais que me interessam, identidade, fé, paradoxos da alma humana, que são um bom território para arte, ao contrário de política e jornalismo", disse Pawlikowski.


ÁLCOOL E PIADAS

O ritmo e o clima do Spirit Awards são bem diferentes do Oscar. Acontece numa tenda perto da praia de Santa Mônica, em Los Angeles, com tequila, cerveja e uísque à vontade aos jornalistas que trabalham na sala de imprensa e, às vezes, cruzam com celebridades nos banheiros químicos. Os discursos e as piadas dos apresentadores costumam ser bem mais arriscadas.

O diretor Paul Thomas Anderson, um dos homenageados da festa pelo filme "Vício Inerente", criticou sem rodeios um dos patrocinadores da cerimônia: "E nunca usem American Airlines, eles vão perder sua bagagem!", disse. Momentos depois, seu colega Bennett Miller subiu ao palco para aceitar um prêmio não competitivo e leu um pedido de desculpas de Anderson. "Na verdade, foi a United [Airlines]."

O Spirit Awards foi criado em 1984 e é considerado o Oscar do cinema independente por premiar filmes americanos, ou sobre a cultura americana, feitos com menos de US$ 20 milhões (cerca de R$ 57 milhões). Os vencedores são votados por cerca de 5.500 membros da organização Film Independent, aberta ao público pela anuidade de US$ 95. Os indicados são decididos por seis comitês formados pela comunidade do cinema independente.

via FOLHA


Murilo Boarini

Designer e Tecnólogo em Produção por formação, entusiasta das midias sociais, palmeirense, amante de cinema e boa música.

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